Ninguém fala da segunda morte de Lázaro.
Falamos do milagre, da voz que rasgou o silêncio do túmulo. Falamos de Jesus chorando. Dos lençóis sendo desatados. Da multidão que assistiu, boquiaberta, o impossível acontecer. Falamos da festa que veio depois, dos abraços, do reencontro.
Mas ninguém fala do que aconteceu anos depois.
Quando a vida voltou a ser apenas vida. Quando Lázaro já não era mais notícia. Quando os vizinhos pararam de perguntar como foi estar morto. Ele voltou à rotina simples de acordar, comer, trabalhar, dormir. E, aos poucos, foi ficando mais quieto. Mais sombra do que chama.
E então, chegou o dia. Na casa antiga, cheia de memórias, ele descansou outra vez. Mas, dessa vez, não houve gritos. Nem multidão. Nem vozes chamando seu nome para fora da morte. Só silêncio. Um silêncio tão pesado que parecia ter som.
Marta segurava sua mão com cuidado, como quem segura um fio de passado prestes a se romper. Maria passava os dedos pelos cabelos brancos dele, poeira fina de deserto que um dia pisaram juntos, cheios de esperança nos pés.
Mas agora, não havia ninguém batendo na porta. Não havia milagres acontecendo. Só duas mulheres, velhas demais para perderem de novo, e um homem pronto para dormir.
A cruz, no entanto, continuava de pé dentro delas. A cruz que um dia foi erguida no Calvário ainda resplandecia em seus corações. E elas entenderam.
O maior milagre não é nunca mais morrer. O maior milagre é saber o que acontece quando o coração para de bater.
Lázaro não ressuscitou outra vez. Ao menos por enquanto. E tudo bem. Porque a nossa maior esperança não é viver de novo neste mundo. É estar pronto quando Ele voltar.
“E todo aquele que vive, e crê em Mim, nunca morrerá. Crês tu isto?” (João 11:26).
✨ Reflexão final para engajamento:
Você já pensou nisso? O milagre que todos queremos é a cura. Mas o maior milagre que Deus nos dá é a vida que a morte não pode levar. Compartilhe esta mensagem com alguém que precisa dessa paz hoje.
